Provas do concurso da Polícia Militar do Amazonas estão mantidas para domingo (6). — Foto: Divulgação
Quinze horas de viagem, 149 quilômetros percorridos, cerca de R$ 200 gastos com passagem. Foi assim que Monalisa Oliveira, de 28 anos, chegou a Manaus para realizar a prova do concurso da Polícia Militar do Amazonas.
A aplicação das provas está mantida para domingo (6), mas isso foi definido só na manhã desta sexta (4), após o concurso ser suspendido duas vezes pela Justiça, nesta semana. O imbróglio judicial atrapalha na organização e planejamento dos concurseiros.
“Eu cheguei na quarta só para fazer a prova, mas com tantas mudanças a gente fica apreensiva. Já marquei e desmarquei a passagem de volta muitas vezes. Pedi uma licença do meu trabalho para poder fazer a prova, mas não sei se vou conseguir esperar por tanto tempo”, disse.
Monalisa conta que criou uma rotina de estudos desde dezembro, quando se inscreveu para o concurso. Os anúncios de que o concurso poderia ser cancelado geraram frustação.
“Depois que me inscrevi, comprei a apostila e estudava todo dia em casa pra esse concurso. O cancelamento a gente vê como um sonho frustrado. É péssimo, mesmo a gente ficando em casa de parentes a gente tem um gasto. Eu, no caso, tenho hospedagem, mas me coloco até no lugar de pessoas que não tem esse apoio”, disse.
A candidata conta que chegou a gastar R$ 100 reais com cada trecho da viagem de barco, que dura cerca 15 horas do município até Manaus. Ela conta que se hospedou na casa de parentes e com tantas mudanças na realização das provas fica apreensiva.
Concurso está mantido
Nesta sexta-feira (4), o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador Domingos Chalub, derrubou a decisão que suspendia o certame, atendendo a um pedido do governo estadual, e liberou a realização do mesmo.
O presidente cita na nova decisão que o concurso, que oferta 1,3 mil vagas, teve mais de 111 mil pessoas inscritas, e alguns tiveram que se deslocar de suas cidades para realização das provas.
“Importante destacar, ainda, que a suspensão do concurso público a poucas horas de sua realização […] fulmina o interesse público gerando, para além de prejuízos à ordem pública, inquestionáveis danos à ordem econômica e ao próprio sistema de segurança pública do Amazonas”, diz trecho da decisão.
O concurso havia sido suspenso na quarta-feira (2) pelo Tribunal de Contas do Amazonas, mas o órgão voltou atrás na quinta-feira (3). Porém, na quinta-feira à noite, a Justiça voltou a determinar a suspensão. Esta última decisão foi derrubada pelo presidente do TJAM.