Tanto Renata quanto os pais também garantiram todas as doses da vacina contra a doença. — Foto: Arquivo pessoal
Prevenção é palavra de ordem na casa da artesã Renata Desidério, que voltou a usar máscara dentro de casa para evitar a propagação do vírus da Covid-19 aos pais idosos.
Renata é uma das amazonenses que desde o início da pandemia adota práticas como distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel. Tanto Renata quanto os pais também garantiram todas as doses da vacina contra a doença.
“Acredito que esses cuidados são pra vida.Todos esses cuidados são muito importantes. Se todas as pessoas tivessem essa consciência ,com certeza nós estaríamos em uma situação melhor, mais protegidos. As pessoas já não tinham e agora perderam o medo e relaxaram com a doença”, opina.
Renata tem duas filhas que também cumprem as medidas sanitárias. Ela conta que tomou um susto em outubro do ano passado, quando a filha mais nova, de 15 anos, testou positivo para Covid.
“Ela não chegou a ter todos os sintomas comuns da doença como a gripe, por exemplo. Mas perdeu o olfato e paladar e nós resolvemos fazer um teste. Foi um susto pra gente e desde então a gente reforçou ainda mais os cuidados”,comentou.
Preocupação com aumento de casos
Desde o início do ano os diagnósticos de Covid estão aumentando no Amazonas. Somente na última sexta-feira (15), o estado registrou mais de 2,7 mil casos.
Do dia 1º de janeiro ao dia 13 houve um aumento expressivo na média de casos de Covid no Amazonas, com alta de 1.007%.Renata também fica preocupada com os índices nos primeiros dias do ano.
“Quem realmente dá importância a essa doença foi quem perdeu alguém. Então é essencial que a gente tenha esse cuidado de ter a higiene adequada não só em relação à Covid, mas também com outras doenças e até pra manter a imunidade em dia”, frisou.
Enfermeiro dorme de máscara
O enfermeiro Eunuquis Aguiar, que trabalha em uma unidade do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) da capital, contou que após um dia intenso de trabalho no setor de triagem, já chegou a dormir de máscara ao lado da esposa, com medo de ser transmissor do vírus.
“A preocupação é grande, principalmente com nossos familiares. Nós da saúde não temos a escolha de dizendo que não podemos trabalhar em tal dia, então a gente se cobra pela sobrecarga”, disse.
Eunuquis Aguiar trabalha em uma unidade do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) da capital. — Foto: Arquivo pessoal
Aguiar conta também que voltou a usar duas máscaras, tirar a roupa de proteção do lado de fora de casa e usar constantemente álcool em gel.
“Quando chego do plantão eu entro pela parte de trás de casa e coloco logo a roupa para lavar na máquina, pra evitar qualquer tipo de transmissão”, explicou.
Ele conta que já chegou a perder familiares para a doença e que sente medo de que a situação se repita.
“Saúde é sobre tratar as pessoas como você gostaria de ser tratado. A gente sente um certo trauma de ver tantas pessoas que passaram pela gente e que hoje em dia não estão mais e tudo isso pode acontecer de novo se a gente não se cuidar”, enfatiza Aguiar.
Salto nos casos de Covid no AM
O maior crescimento de diagnósticos de Covid foi registrado em Manaus, com 2.493%. Já no interior, a elevação foi de 211% na média móvel de casos.
O Amazonas saiu de uma média de 105 casos registrados por dia (em 1º de janeiro) para 952 casos no dia 13 desse mês.
O aumento também aconteceu na ocupação leitos. Na rede pública a ocupação de leitos apresentaram variação de 391%, saltando de 22 unidades ocupadas no dia 3 de dezembro, para 108, na quinta-feira (13).