Café produzido por indígenas de Rondônia atinge nota máxima em concurso

Resumo

  • A iniciativa busca valorizar a agricultura indígena e promover a sustentabilidade e o protagonismo dos povos originários no mercado de cafés especiais.
  • Durante o evento, uma comitiva de produtores Paiter Suruí apresentou o café para convidados especiais, incluindo especialistas do setor e artistas como o DJ Alok, que prestigiaram a noite de celebração da cultura e da produção indígena.
  • Café robusta de Rondônia captura mais carbono do que emite, diz estudoRadialista morre durante romaria em RondôniaMãe enfrenta o governo para salvar filha com coluna em formato de ‘S’ em RO Café sem agrotóxicos ou irrigação 2 de 2 Cafezal dentro da Terra Indígena Sete de Setembro — Foto.
  • Emily Costa/g1 RO A TI Sete de Setembro, que é habitada por indígenas Paiter Suruí, está localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, em uma área de 248.

Cacique Rafael Suruí — Foto: Renata Silva

Um café cultivado na Terra Indígena Sete de Setembro, em Cacoal (RO), recebeu a pontuação máxima em um protocolo internacional de avaliação. Produzido pelo povo Paiter Suruí, o grão da espécie Coffea canephora foi apresentado em São Paulo durante a 6ª edição do Concurso Tribos.

🔎Os robustas amazônicos são resultado do cruzamento dos cafés Conilon e Robusta especialmente selecionados.

🏅O café premiado é cultivado na Linha 09, propriedade do cacique Rafael Suruí. Segundo os avaliadores, o grão se destaca pelo aroma doce e intenso, com notas sensoriais de rapadura e mel.

A análise foi feita por um júri composto por nove especialistas independentes, que identificaram 50 atributos positivos entre os 100 possíveis.

O café faz parte do Projeto Tribos, que envolve cerca de 160 famílias das Terras Indígenas Sete de Setembro (Cacoal) e Rio Branco (Alta Floresta d’Oeste), impactando diretamente mais de 1,2 mil pessoas em Rondônia. A iniciativa busca valorizar a agricultura indígena e promover a sustentabilidade e o protagonismo dos povos originários no mercado de cafés especiais.

Durante o evento, uma comitiva de produtores Paiter Suruí apresentou o café para convidados especiais, incluindo especialistas do setor e artistas como o DJ Alok, que prestigiaram a noite de celebração da cultura e da produção indígena.

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Café sem agrotóxicos ou irrigação

Cafezal dentro da Terra Indígena Sete de Setembro — Foto: Emily Costa/g1 RO

A TI Sete de Setembro, que é habitada por indígenas Paiter Suruí, está localizada entre os estados de Rondônia e Mato Grosso, em uma área de 248.146 hectares. O modo de vida tradicional do povo Suruí está ligado ao uso da floresta e às atividades extrativistas.

Cerca de 150 famílias estão envolvidas no cultivo do café em 25 aldeias que ficam dentro da TI. A qualidade do fruto é resultado dos conhecimentos sobre a floresta e práticas sustentáveis adotadas pelos indígenas.

Iniciativas como o reflorestamento feito pelos indígenas em seu território, que envolvem o plantio de frutos nativos (técnica conhecida como “agrofloresta”) próximo às plantações, é fundamental para garantir o melhor cultivo do grão.

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