Resumo
- 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp A decisão foi tomada pelos residentes do conjunto após a terceira invasão no local em duas semanas.
- Ao g1, o morador Vivaldo Corrêa relatou que o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) esteve na área para derrubar o muro, mas foi impedido por um cordão humano formado por moradores.
- As Áreas de Preservação Permanente são locais protegidos, cobertos ou não por vegetação nativa, que desempenham funções ambientais essênciais, como a proteção de recursos hídricos, paisagens, estabilidade geológica e biodiversidade.
- O g1 questionou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) para saber quais medidas serão tomadas após invasão da área de proteção e se os responsáveis serão identificados e responsabilizados, mas até a atualização mais recente desta reportagem não houve resposta.

Moradores fazem corrente humana na frente de muro para impedir invasão – Vídeo: Reprodução
O muro construído por moradores no meio da rua Jacarezinho, no conjunto Águas Claras, Zona Norte de Manaus, continua no local sem intervenção do poder público após três dias. A estrutura foi levantada na noite de segunda-feira (18), com recursos arrecadados pela própria comunidade.
Moradores relataram ao g1 que o muro foi erguido para evitar uma nova invasão de sem-tetos à uma área verde localizada no fim da rua.
A decisão foi tomada pelos residentes do conjunto após a terceira invasão no local em duas semanas. Eles afirmam que algumas pessoas são pagas por coordenadores para permanecer na área de vegetação.
Ao g1, o morador Vivaldo Corrêa relatou que o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) esteve na área para derrubar o muro, mas foi impedido por um cordão humano formado por moradores.
“Os moradores aqui fizeram o cordão humano, não desistiram. A gente tá lutando aqui pra continuar com o muro de pé e vai continuar. É uma luta da comunidade”, disse.
O grupo elaborou um documento com base em um abaixo-assinado que reúne 180 assinaturas. O objetivo é regularizar a barreira construída com o muro, que será aberta exclusivamente para os residentes da rua Jacarezinho.
“É uma forma de restrição. Vai ter uma porta de acesso para pedestre e outra vai ficar para carro, moto e todos os veículos. Vai ser um controle comunitário. Todos os moradores decidiram fechar a rua”, explicou Corrêa.
Na última terça-feira (19), o Implurb informou que recebeu denúncia de obra irregular que fechava uma via pública no conjunto. Uma equipe de fiscalização foi enviada ao local e confirmou a denúncia.
“O responsável foi notificado para fazer a demolição voluntária, uma vez que a via não tem autorização para o fechamento, sob pena de demolição administrativa. Qualquer fechamento de via precisa do devido licenciamento, conforme decreto municipal. A mera formalização de pedido não autoriza ninguém a fazer o bloqueio ou obra sem autorização”, conclui a nota.
Muro foi construído por moradores com recursos próprios. — Foto: Reprodução
Muro foi construído por moradores com recursos próprios. — Foto: Reprodução
Invasores confrontaram a polícia
A primeira invasão ocorreu no dia 9 de agosto. Na ocasião, nove viaturas da Polícia Militar foram acionadas para retirar o grupo do local.
Moradores relatam que a ação não foi pacífica. Eles afirmam que houve uso de bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha.
“Diversas pessoas aqui passaram mal, desmaiaram. Eu tive que presenciar isso, inclusive tive que acudir uma moradora que desmaiou aqui no pátio da casa dela. As filhas chorando, foi um terror”, concluiu, Vivaldo.

No local teve confronto com a polícia
Danos ambientais
O local onde as invasões aconteceram é uma Área de Preservação Permanente (APP). Segundo a denúncia dos moradores, foram cometidos crimes ambientais como queimadas e desmatamento.
🔍 CONTEXTO: As Áreas de Preservação Permanente são locais protegidos, cobertos ou não por vegetação nativa, que desempenham funções ambientais essênciais, como a proteção de recursos hídricos, paisagens, estabilidade geológica e biodiversidade.
O g1 questionou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) para saber quais medidas serão tomadas após invasão da área de proteção e se os responsáveis serão identificados e responsabilizados, mas até a atualização mais recente desta reportagem não houve resposta.
Área de preservação permanente alvo dos invasores — Foto: Divulgação
Área de preservação permanente alvo dos invasores — Foto: Divulgação
Local foi desmatado por grupo de sem-tetos. — Foto: Divulgação
Local foi desmatado por grupo de sem-tetos. — Foto: Divulgação