Amazonas cria sistema de prevenção à tortura em delegacias e presídios após cobrança do MPF

Resumo

  • Justiça intervém em penitenciária de Manaus onde mais de 50 presos morreram Após atuação do Ministério Público Federal (MPF), a Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou, em 20 de agosto, a lei que cria o Sistema Estadual de Prevenção e Combate à Tortura.
  • A medida atende a uma cobrança do Ministério Público Federal (MPF) e a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia fixado prazo de 120 dias para a implantação do mecanismo no estado.
  • ​​📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp A pressão aumentou após a denúncia de uma mulher indígena da etnia Kokama, de 29 anos, que relatou ter sido estuprada por policiais militares e um guarda municipal dentro de uma delegacia em Santo Antônio do Içá, no interior do estado.
  • “O Sistema Estadual de Prevenção e Combate à Tortura representa o cumprimento, ainda que tardio, de uma obrigação prevista na Constituição e em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário”, afirmou o procurador da República Igor Jordão Aves.

Justiça intervém em penitenciária de Manaus onde mais de 50 presos morreram

Justiça intervém em penitenciária de Manaus onde mais de 50 presos morreram

Após atuação do Ministério Público Federal (MPF), a Assembleia Legislativa do Amazonas aprovou, em 20 de agosto, a lei que cria o Sistema Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. A medida atende a uma cobrança do Ministério Público Federal (MPF) e a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia fixado prazo de 120 dias para a implantação do mecanismo no estado.

O prazo terminou em junho deste ano, mas o Amazonas não havia cumprido a obrigação. Por isso, no início de agosto, o MPF pediu à Justiça o bloqueio de recursos do estado e a aplicação de multa.

A lei foi sancionada pelo governador Wilson Lima (União Brasil) e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em 3 de setembro.

Segundo o MPF, a ausência de um sistema de prevenção contribuiu para violações de direitos humanos em locais de privação de liberdade. O estado tem um histórico de problemas no sistema prisional, com casos de maus-tratos e rebeliões, como as ocorridas em 2017 e 2019.

“O Sistema Estadual de Prevenção e Combate à Tortura representa o cumprimento, ainda que tardio, de uma obrigação prevista na Constituição e em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário”, afirmou o procurador da República Igor Jordão Aves. Ele destacou que a efetiva criação do comitê e do mecanismo estadual será essencial para investigar e coibir abusos.

O tema chegou ao STF em 2022, após uma ação civil pública ajuizada pelo MPF. A Corte reafirmou que o Amazonas deveria implementar o mecanismo e determinou prazo de quatro meses, a partir de fevereiro de 2025, para a instalação definitiva.

Visitas em presídios de Manaus foram suspensas após massacres em maio de 2019 — Foto: Divulgação/Seap

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