Mudanças começam a valer em 2022 para o segundo ano do ensino médio. — Foto: Matheus Castro/G1
Aprovado pelo Congresso Nacional em 2017, o novo ensino médio começa a ser implementado em todas as escolas públicas e privadas do país no ano letivo de 2022.
Nesta terça-feira (4), o Governo do Amazonas apresentou as principais mudanças e as propostas curriculares e pedagógicas que nortearão as atividades escolares em 2022, na rede pública estadual.
Dentre as principais mudanças estão:
- tempo mínimo do estudante na escola aumentou de 800 horas para mil horas;
- divisão do ensino médio em duas partes: a Formação Geral Básica (FGB) e os Itinerários Formativos;
- nova organização curricular, mais flexível, que contemple a Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
- oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, como os itinerários formativos, que abrangem áreas de conhecimento específicas e a formação técnica e profissional.
As novas regras vão começar de forma progressiva. A 1ª série do Ensino Médio vai passar por alterações em 2022. Em 2023, será a vez da 2ª série, e a inclusão da 3ª série ocorrerá em 2024.
Transição para o ‘novo ensino médio’ começa em 2022
Tempo do estudante na escola
Uma das principais alterações da Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), foi na estrutura do Ensino Médio, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para mil horas anuais, até o fim de 2022.
Haverá também aumento do tempo de aulas nas escolas. A jornada de quatro horas diárias passará para, no mínimo, cinco horas, aumentando a carga horária anual de 800 horas para mil horas anuais.
A distribuição de horas será definida pela Secretaria de Educação. A meta é cumprir 3 mil horas totais nos três anos de ensino, com 200 dias de aulas a cada ano.
Divisão do ensino médio em duas partes
Para o Novo Ensino Médio, é prevista a divisão em duas partes: a Formação Geral Básica (FGB) e os Itinerários Formativos.
Na FGB, o currículo é comum a todos os estudantes. A formação é dividida em quatro áreas de conhecimento: Matemáticas e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Já os Itinerários Formativos tratam do conjunto de disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho que os estudantes poderão escolher durante o Ensino Médio.
As redes de ensino terão autonomia para definir quais os Itinerários Formativos vão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar.
Escolas bilíngues e de tempo integral
Para as escolas de tempo integral e escolas bilíngues, será necessário cumprir 4,2 mil horas.
Dentro dos Itinerários Formativos, serão apresentadas as Unidades Curriculares Eletivas Orientadas (UCEO), que possibilitam aos estudantes aprofundarem seus estudos nas áreas de conhecimento com as quais se identificam, de acordo com a vivência e as especificidades de cada ambiente escolar.
De acordo com a diretora do Departamento de Política e Programas Educacionais (Deppe), Adriana Antonaccio, o ponto principal do Novo Ensino Médio é o protagonismo juvenil.
“Anteriormente, nós tínhamos um modelo de aprendizagem em que a gente determinava muito aquilo que o estudante ia aprender em seus conhecimentos. Hoje, a gente vai permitir que o estudante seja mais reflexivo, o professor vai instigar o estudante em espaços formais e não formais, o que é muito inteligente, porque o aluno não vai estar dentro de sala de aula, no quadro branco, com o professor. O professor deve pensar em outros espaços de aprendizagem para que o estudante possa ser esse indivíduo crítico e possa olhar o todo”, afirmou a diretora do Deppe.