Hospital 28 de Agosto, em Manaus, é o maior pronto-socorro do Amazonas. — Foto: Patrick Marques/g1 AM
Os hospitais Delphina Aziz e 28 de Agosto, em Manaus, estão com quase 100% de ocupação nos leitos de UTI para pacientes com Covid-19. Eles são as principais unidades de pronto-socorro no estado.
Os dados são do painel de monitoramento de leitos da Secretaria de Estado de Saúde (SES), atualizados nesta quarta-feira (19).
Questionada pelo g1 sobre a lotação nos hospitais, a SES enviou nota em que afirma que a equipe “atua na reorganização dos leitos das unidades hospitalares e, em momento oportuno, serão detalhadas as novas estratégias para atendimentos dos pacientes”.
O Amazonas enfrenta uma explosão de novos casos de Covid-19, impulsionada pela chegada da variante ômicron. Somente nas últimas 24h, foram quase 5 mil registros da doença.
Em todo o Amazonas, as internações também saltaram e já são quase 500. Só em Manaus, nesta terça-feira (18), 426 pessoas encontravam-se hospitalizadas com diagnóstico positivo para Covid.
No Hospital 28 de Agosto, na Zona Centro-Sul da capital, os 12 leitos de UTI Covid estão ocupados (100%). Já dos 33 leitos clínicos Covid, 30 estão ocupados (91%) e somente três estão disponíveis.
A situação no Delphina Aziz, na Zona Norte da cidade, também está crítica. Dos 48 leitos de UTI Covid, 45 estão ocupados (94%). São 140 leitos clínicos para pacientes acometidos pela Covid e, desses, 104 ocupados (75%).
Considerando todo o sistema público de saúde do Amazonas, os leitos de UTI Covid estão com 53,85% de ocupação, de um total de 117 leitos ofertados. Os leitos clínicos Covid estão com 77,17% de ocupação, de um total de 346 leitos ofertados.
O levantamento inclui apenas leitos da rede estadual de saúde, para casos de Covid, tanto adulto, pediátrico e obstetrício.
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Na semana passada, o governador Wilson Lima chegou a anunciar a abertura de mais leitos na capital para pacientes com Covid e também com a Influenza H3N2. Segundo Lima, o Estado e o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) irão disponibilizar mais 74 leitos – 54 clínicos e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – que estão desocupados na unidade.
Os leitos serão destinados, neste primeiro momento, para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e posteriormente serão remanejados para outros perfis, conforme a necessidade da rede estadual de saúde.
Maioria dos internados não tomou vacina
Até esta terça-feira (18), em Manaus, há 426 pacientes internados com Covid-19, sendo 334 em leitos clínicos (31 na rede privada e 303 na rede pública), 74 em UTI (13 na rede privada e 61 na rede pública) e 18 em sala vermelha.
Entre os hospitalizados em leitos clínicos, 146 não são vacinados, 47 são crianças menores de 12 anos não aptas para vacinação, e 29 não completaram o ciclo vacinal, ou seja, só tomaram a primeira dose. Ou seja, 222 pessoas sem a imunização completa.
Entre os hospitalizados em leitos de UTI, 34 não são vacinados, 3 são de crianças menores de 12 anos não aptas para vacinação, e 5 tem apenas a primeira dose. Ou seja, 42 pessoas sem a imunização completa.
Pacientes em busca de atendimento lotam unidades de saúde em Manaus
Situação crítica na rede privada
Hospitais da rede privada de saúde também voltaram a enfrentar sobrecarga de atendimentos, após a explosão de casos de Covid-19 e síndromes gripais. Com a alta demanda, o tempo de espera triplicou e já há unidade privadas restringindo alguns serviços.
Na quinta-feira (13), o Hospital Adventista, localizado na Zona Sul, havia comunicado que os atendimentos particulares de urgência e emergência ficarão temporariamente suspensos.
Já na Zona Centro-Sul, o Hospital Unimed precisou reforçar a equipe médica desde o fim de dezembro, após observar a disparada de pacientes com doenças respiratórias. Eles representam, atualmente, mais de 80% de todos os atendimentos realizados no local.
O Hospital Santa Júlia, também na Zona Centro-Sul, emitiu comunicados pedindo compreensão aos clientes pelo aumento na fila de espera para atendimento.