Resumo
- Os advogados, segundo a PF, seriam ligados a um traficante conhecido como Alan do Índio, um dos principais conselheiros do CV que está entre os foragidos da megaoperação que ocorreu há 10 dias e terminou com 121 mortos no Rio de Janeiro.
- Os advogados seriam o elo entre as ordens para os chefes dos presídios e pontos de venda de drogas em todo o Amazonas, além de cuidar da logística e transporte da droga que vem da Colômbia.
- A ação é um desdobramento da Operação Xeque-Mate e busca impedir que ordens criminosas continuem sendo repassadas dentro e fora das prisões, inclusive com alcance interestadual e internacional.
- Quem é ‘Alan do Índio’, que dava ordens do CV a advogados presos no AM e fez plásticas para fugir da políciaMais de 600 kg de drogas são encontrados em casa usada como ponto de distribuição em ManausPai é preso suspeito de estuprar filha em Manaus.
Quatro advogados ligados ao Comando Vermelho são presos em operação no Amazonas
Quatro advogados ligados ao Comando Vermelho foram presos durante uma operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (6) em Manaus. Eles seriam, segundo a investigação, do núcleo jurídico da facção no Amazonas.
A Justiça Federal ordenou a busca e apreensão em casas e escritórios, além da prisão dos profissionais. Foram apreendidos dinheiro, carro, documentos e computadores.
Os advogados, segundo a PF, seriam ligados a um traficante conhecido como Alan do Índio, um dos principais conselheiros do CV que está entre os foragidos da megaoperação que ocorreu há 10 dias e terminou com 121 mortos no Rio de Janeiro.
Os presos nesta quinta-feira foram identificados como:
- Gederson Zuriel de Oliveira Menezes
- Alisom Jogfer Tavares Canto de Amorim
- Janai de Souza Almeida
- Ramyde Washington Abel Caldeira Doce Cardozo
O g1 tenta contato com a defesa dos advogados citados.
De acordo com o apurado pelo g1, os profissionais repassavam ordens de líderes do Comando Vermelho dentro dos presídios. A facção teria 13 ‘conselheiros’ que controlam o tráfico no Estado. Eles ficam sediados, segundo a investigação, no Rio de Janeiro e em países da América do Sul.
Os advogados seriam o elo entre as ordens para os chefes dos presídios e pontos de venda de drogas em todo o Amazonas, além de cuidar da logística e transporte da droga que vem da Colômbia. Eles também seriam responsáveis por lavar o dinheiro do crime.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em endereços residenciais e profissionais em Manaus.
Durante as investigações, foi descoberto que profissionais com acesso ao sistema prisional simulavam atividades de advocacia para repassar bilhetes, ordens e dinheiro da facção, que tem forte atuação na Região Norte.
As investigações apontam que prerrogativas profissionais estavam sendo usadas indevidamente para manter a estrutura da facção, coordenar represálias, acordos entre estados e movimentar recursos ilegais.
A Comissão de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada para acompanhar a operação. A OAB informou que se manifestará de forma oficial assim que a operação for concluída.
A ação é um desdobramento da Operação Xeque-Mate e busca impedir que ordens criminosas continuem sendo repassadas dentro e fora das prisões, inclusive com alcance interestadual e internacional.
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Operação ocorre na manhã desta quinta-feira (6) em Manaus. — Foto: Divulgação/PF
Operação ocorre na manhã desta quinta-feira (6) em Manaus. — Foto: Divulgação/PF