Ministério Público manda Polícia desarquivar inquérito sobre morte de indígena espancado em Manaus

Resumo

  • Ariane Alcântara/G1 AM O Ministério Público do Amazonas (MPAM) determinou que a Polícia Civil desarquive o inquérito sobre a morte do indígena Tadeo Kulina, de 34 anos, espancado enquanto acompanhava a esposa grávida em Manaus.
  • Na época, o inquérito foi arquivado por falta de indícios de autoria e materialidade, sendo tratada como morte acidental por quedas, conforme despacho do promotor Flávio Silveira, da 89ª Promotoria de Justiça de Manaus.
  • Mas, de acordo com o representante do Ministério Público, foram apresentados novos indícios do caso, como uma ficha de atendimento médico-hospitalar onde foi informado que o indígena deu entrada na unidade hospitalar com sinais de tortura e agressão física.
  • 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp “Relata o documento que no momento do ingresso do paciente no hospital, que Tadeo Kulina foi conduzido por policiais militares desacordado, transportado em cadeira de rodas, apresentando sinais de agressão física e tortura, com mãos e pés amarrados e múltiplos hematomas espalhados por diversas partes do corpo.

Ministério Público manda Polícia desarquivar inquérito sobre morte de indígena espancado em Manaus. — Foto: Ariane Alcântara/G1 AM

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) determinou que a Polícia Civil desarquive o inquérito sobre a morte do indígena Tadeo Kulina, de 34 anos, espancado enquanto acompanhava a esposa grávida em Manaus. O despacho foi emitido nesta segunda-feira (16).

O caso ocorreu em fevereiro do ano passado. A vítima e a mulher chegaram em Manaus e foram levados diretamente para a maternidade Ana Braga, na Zona Leste. O indígena, que não conhecia a cidade nem falava português, foi espancado no dia 7 daquele mês e morreu no Hospital João Lúcio, próximo à maternidade onde a esposa estava internada. Segundo a FAMDDI, o rosto dele estava totalmente desfigurado, conforme relataram os parentes.

Na época, o inquérito foi arquivado por falta de indícios de autoria e materialidade, sendo tratada como morte acidental por quedas, conforme despacho do promotor Flávio Silveira, da 89ª Promotoria de Justiça de Manaus.

Mas, de acordo com o representante do Ministério Público, foram apresentados novos indícios do caso, como uma ficha de atendimento médico-hospitalar onde foi informado que o indígena deu entrada na unidade hospitalar com sinais de tortura e agressão física.

“Relata o documento que no momento do ingresso do paciente no hospital, que Tadeo Kulina foi conduzido por policiais militares desacordado, transportado em cadeira de rodas, apresentando sinais de agressão física e tortura, com mãos e pés amarrados e múltiplos hematomas espalhados por diversas partes do corpo. Necessário pois, a oitiva dos profissionais de saúde em atividade no momento do ingresso do paciente”, explicou.

Silveira também mencionou a investigação conduzida pelo jornalista Vinícius Sassine, no podcast Dois Mundos, que apontou a existência de possíveis testemunhas que não foram ouvidas durante a apuração do caso.

“Portanto, resta demonstrado, também, a necessidade dessas novas oitivas de modo a esclarecer eventuais contradições relacionadas aos horários e à dinâmica dos fatos ocorridos no lava jato; identificar se houve ou não contenção pela população, ou mesmo agressões por terceiros; bem como para esclarecer sobre o estado de saúde de Tadeo no momento em que foi conduzido à Delegacia de Polícia; os eventuais autores de agressões contra a sua pessoa; deve ser investigado, ainda, o que ocorreu nesse intervalo e se ação humana que possa ter contribuído com a morte da vítima”.

O promotor afirmou ainda que pretende solicitar um laudo pericial da laje onde, supostamente, o indígena teria caído. Segundo Silveira, esse exame é essencial para esclarecer a dinâmica dos fatos e confrontar as versões apresentadas pelas testemunhas.

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