Cientistas da Amazônia apresentam carta com soluções ambientais à Janja e presidente da COP30 em Manaus

Resumo

  • 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp A carta, elaborada desde terça-feira (19) por mais de 70 instituições acadêmicas, centros de pesquisa e representantes da sociedade civil, destaca soluções concretas e adaptadas à realidade amazônica, reforçando a necessidade de investimentos estruturantes em ciência, tecnologia e inovação.
  • O ‘Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP30’, realizado com apoio da Presidência da República, contou com a participação de mais de 200 representantes e teve como foco alinhar a vasta produção de conhecimento da Amazônia com os 30 objetivos da Agenda de Ação da COP30.
  • “Pela primeira vez, não é o mundo falando da Amazônia, é a Amazônia falando com o mundo e sugerindo os passos que a humanidade precisa dar”, disse Márcio Macêdo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
  • Investimento contínuo em ciência e tecnologiaModernização de laboratórios e centros de dadosFinanciamento à bioeconomia e agroecologiaQualificação de recursos humanosCooperação internacional e valorização dos conhecimentos locais A carta reafirma que a Amazônia é protagonista na luta global contra as mudanças climáticas e defende que a implementação da política climática brasileira deve ser liderada por suas populações e instituições.

Carta com soluções para problemas ambientais na Amazônia foi entregue nesta quarta-feira (20) ao presidente da COP30 e primeira-dama da república Janja da Silva. — Foto: Lucas Macedo/g1 AM

Pesquisadores da Amazônia entregaram, nesta quarta-feira (20), uma carta estratégica ao presidente da COP30, André Corrêa de Lago, e à primeira-dama Janja da Silva. O documento foi apresentado durante um encontro na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus.

A carta, elaborada desde terça-feira (19) por mais de 70 instituições acadêmicas, centros de pesquisa e representantes da sociedade civil, destaca soluções concretas e adaptadas à realidade amazônica, reforçando a necessidade de investimentos estruturantes em ciência, tecnologia e inovação.

“A floresta viva é a floresta viva com os povos da floresta. Queremos desenvolver programas e pesquisas científicas que levem dignidade entre as florestas”, disse Janja.

O ‘Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a Presidência da COP30‘, realizado com apoio da Presidência da República, contou com a participação de mais de 200 representantes e teve como foco alinhar a vasta produção de conhecimento da Amazônia com os 30 objetivos da Agenda de Ação da COP30.

“Pela primeira vez, não é o mundo falando da Amazônia, é a Amazônia falando com o mundo e sugerindo os passos que a humanidade precisa dar”, disse Márcio Macêdo, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

🌳A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) será realizada em 2025, em Belém (PA) e é considerada uma oportunidade histórica para consolidar a centralidade da Amazônia no debate climático internacional.

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O que diz a carta

Segundo o documento, a Amazônia Legal tem 405 instituições de ensino e mais de 655 cursos de pós-graduação. Cerca de 100 mil profissionais são formados por ano, mas muitos enfrentam dificuldades para atuar em áreas sustentáveis. Os autores defendem que é preciso alinhar educação, inovação e políticas públicas com urgência.

As soluções listadas foram construídas com base em seis eixos temáticos da COP30:

  • Transição energética
  • Gestão de florestas e biodiversidade
  • Transformação da agricultura
  • Resiliência urbana e hídrica
  • Desenvolvimento humano
  • Objetivos transversais, como financiamento climático, bioeconomia e inovação tecnológica

No eixo da transição energética, as instituições amazônicas destacam projetos com energia solar, biomassa, hidrogênio verde e microgeração descentralizada para comunidades isoladas.

Na gestão ambiental, são mencionados programas de restauração florestal, combate ao desmatamento e tecnologias para manejo sustentável com envolvimento de comunidades indígenas.

As propostas para a agricultura envolvem sistemas agroflorestais, segurança alimentar e valorização de produtos da sociobiodiversidade.

Já no eixo urbano, as soluções apontam para arquitetura bioclimática, infraestrutura verde, gestão integrada das águas e mobilidade sustentável com foco regional.

A área da saúde propõe a adaptação dos sistemas às mudanças climáticas, com vigilância epidemiológica integrada a dados ambientais. Também há foco em formação profissional para empregos verdes, valorização de culturas tradicionais e promoção da bioeconomia por meio de inovação e empreendedorismo.

A carta também aponta obstáculos como falta de orçamento, logística precária, entraves legais e pouca valorização dos saberes tradicionais. Como resposta, propõe soluções como:

  • Investimento contínuo em ciência e tecnologia
  • Modernização de laboratórios e centros de dados
  • Financiamento à bioeconomia e agroecologia
  • Qualificação de recursos humanos
  • Cooperação internacional e valorização dos conhecimentos locais

A carta reafirma que a Amazônia é protagonista na luta global contra as mudanças climáticas e defende que a implementação da política climática brasileira deve ser liderada por suas populações e instituições. A contribuição foi entregue à presidência da COP30, ao governo federal e às representantes da Amazônia no comitê científico da conferência.

“A ciência amazônica está pronta para acelerar a implementação do Acordo de Paris e garantir justiça climática para as populações da floresta, das águas e das cidades”, conclui o documento.

Encontro entre pesquisadores, presidente da COP30 e primeira-dama da república aconteceu em Manaus. — Foto: Lucas Macedo/g1 AM

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