Delegacia atacada em Manaus — Foto: Matheus Castro/G1
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) denunciou, nesta segunda-feira (31), dez pessoas pelo ataque ao prédio do 24º Distrito Integrado de Polícia, durante uma onda de violência que ocorreu em Manaus, em junho de 2021.
A Justiça agora deve decidir se aceitará a denúncia Não foi informado se os denunciados estão detidos ou soltos.
Os crimes ocorreram após a morte do líder de uma facção criminosa conhecido como Erick Batista da Costa, o Dadinho. Criminosos aproveitaram a cheia do Rio Negro, que estava com nível recorde, e chegaram em barcos até a frente da delegacia. Foram disparados tiros e uma granada foi arremessada, mas o artefato não explodiu. Na época, três pessoas foram presas.
Segundo o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o ataque ao prédio da delegacia teria ocorrido por ordem do conselho de uma facção criminosa.
Os mandantes, que segundo os promotores, fazem parte do conselho e ordenaram o crime, foram identificados como Sílvio Andrade Costa, conhecido como Marisa ou Barriga; Marcelo da Silva Nunes, conhecido como Jogador ou Marcelão; Kaio Wuellington Cardoso dos Santos, o Mano Kaio ou Neymar; Jhonson Alves Barbosa, conhecido como Jhow; e Adriano Silva Monteiro, o Adriano Garotinho.
Também foram denunciados Samuel Maciel Pereira; Sidynei Matheus Santos Machados, o Maranhão; Leandro Mikael da Cruz Silva, o Niconha ou Diamante; Messias de Oliveira Mangabeira, o Lágrima ou Luanzinho; e o taxista Charle Lima da Silva, o TX.
Para o Ministério Público, Samuel Maciel Pereira organizou toda a estrutura e o pessoal para os ataques. Já Sidynei Matheus Santos Machado e Leandro Mikael da Cruz Silva agiram de forma direta no ataque ao prédio da delegacia. Sidynei é acusado de ter jogado a granada no local.
Messias de Oliveira Mangabeira foi identificado como um dos pilotos das lanchas usadas no ataque e o taxista Charle Lima, conforme os promotores, levou a granada até o grupo que realizou o ataque.
Os crimes
Os cinco mandantes identificados do crime vão responder por organização criminosa com um pedido de aumento de pena pelo uso de arma de fogo e pelo exercício de liderança individual, explosão majorada por ter por objeto prédio público, dano qualificado e tentativa de homicídio qualificado praticada contra agentes da segurança pública, para garantir a execução e a impunidade da prática de outro crime, além de motivo torpe.
Samuel Maciel Pereira também foi denunciado nas penas dos mesmos artigos, porque também exerceu liderança ao organizar mais diretamente o ataque ao DIP.
Já Sidynei e Leandro foram denunciados pelos mesmos crimes, sem, contudo, o aumento de pena pelo exercício de liderança, sendo executores diretos. Messias de Oliveira Mangabeira, condutor de uma das lanchas, foi acusado também por todos os crimes, já que foi partícipe. E Charle Lima da Silva, o TX, foi acusado apenas pelo crime de Explosão majorada, por ter por objeto prédio público.